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Docente da UA na descoberta de novo sistema solar
2006/05/18

Alexandre Morgado Correia, docente do Departamento de Física na Universidade de Aveiro, integrado numa equipa europeia de investigadores europeus, publica esta quinta-feira um artigo na revista NATURE sobre a descoberta de um novo sistema solar: o «tridente de Neptuno».

A equipa anuncia a descoberta de um novo sistema planetário constituído por três planetas semelhantes a Neptuno.
«Este sistema planetário parece ainda possuir uma cintura de asteróides, tornando-o assim um dos mais parecidos com o nosso Sistema Solar. Além disso, à semelhança da Terra, o terceiro planeta do novo sistema encontra-se igualmente na zona habitável», segundo um comunicado da UA,

O mesmo comunicado refere que «esta nova descoberta só foi possível devido à utilização do espectrógrafo «HARPS», o equipamento mais rigoroso actualmente existente para a detecção de planetas, e que está instalado num dos telescópios do ESO (European Southern Observatory), organização à qual Portugal pertence.»

Videos / Imagens:
Pode fazer download de alguns vídeos deanimação e/ou imagens (artísticas) do novo sistema em:ftp://ftp.ua.pt/incoming/system3p/Se necessitar de material adicionalcontactar Prof. Alexandre Correia (Univ. Aveiro). Esta descoberta é igualmentedivulgada num press-release do ESO que pode ser encontrado em:http://www.eso.org/outreach/press-rel/pr-2006/

Equipe responsável pela descoberta
- Christophe Lovis, Michel Mayor,Francesco Pepe, Didier Queloz, (Observatoire de Genève, Suiça)
- Alexandre C. M. Correia (Departamento de Física da Universidade de Aveiro)
- Nuno Cardoso Santos (Centro de Astronomia e Astrofísica de Universidade Centro de Geofísica de Évora)
-Yann Alibert, Willy Benz, Christoph Mordasini (Physikalishes InstitutBern, Suiça)
- François Bouchy (Observatoire de Haute-Provence e Institut d'Astrophysique França)
- Jacques Laskar (Observatoire de Paris,França)
- Jean-Loup Bertaux (Service D'Aéronomiedu CNRS, França)
- Jean-Pierre Sivan (Laboratoired'Astrophysique de Marseille, França)

texto da UANa última década os astrofísicos têm descoberto dezenas de planetas a orbitar outras estrelas semelhantes ao Sol. Na grande maioria dos casos, os planetas descobertos são gigantes gasosos, semelhantes a Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar (com ~318 vezes a massa da Terra). No entanto, o recente desenvolvimento das técnicas de procura de planetas extra-solares tem permitido a descoberta de alguns planetas com massa entre 5 e 20 vezes a massa da Terra, comparáveis à massa de Neptuno (~17 vezes amassa da Terra). Agora, é anunciada a primeira descoberta de um sistema composto por três planetas com massas semelhantes à de Neptuno, todos eles em órbitas quase circulares. Estes planetas orbitam a estrela HD69830, uma estrela próxima do Sol (~41 anos-luz), e efectuam uma volta a esta em cada 8.67, 31.6 e 197dias, respectivamente.

A descoberta foi feita recorrendo ao método das velocidades radiais (ver nota), e só foi possível graças ao rigor do espectrógrafo HARPS, acoplado ao telescópio de 3.6 m do Observatório de LaSilla, no Chile, que pertence ao ESO (European Southern Observatory). Este equipamento permite a medição das velocidades radiais com uma precisão melhor do que 1 m/s (3.6 km/h, ou seja, a velocidade de uma pessoa a caminhar). Segundo Nuno Cardoso Santos (CAAUL/GCE), «a enorme precisão do HARPS permitiu-nos detectar o movimento da estrela HD69830 induzido pela gravidade dos 3 planetasque a orbitam, apesar destes terem uma massa de apenas 10.2, 11.8 e 18.1 vezes amassa da Terra, respectivamente».

Uma série de simulações numéricas, realizadas pelo Prof. Alexandre Correia (Universidade de Aveiro), um dos co-autores do artigo, mostram que o sistema é extremamente estável dinamicamente. Observações anteriormente realizadas com o telescópio espacial Spitzer tinham mostrado que esta estrela emite muito nos infra-vermelhos. Estas observações sugerem que a emissão é proveniente de poeira em torno da estrela, que emite a uma temperatura de cerca de 130 graus centígrados (400 grausKelvin). Os estudos dinâmicos agora realizados sugerem que esta emissão seja emitida de uma cintura de asteróides localizada entre as órbitas do segundo e terceiro planeta do sistema, ou numa órbita ligeiramente mais distante. A colisão entre os asteróides desta cintura será responsável pela existência da poeira detectada.

Mais ainda, os modelos teóricos parecem mostrar que o planeta que se encontra mais próximo da estrela será constituído sobretudo por rochas, enquanto que o segundo planeta deve ser rochoso e possuir uma extensa atmosfera. O terceiro planeta do sistema, e o mais afastado da estrela, parece ser constituído por rochas e gelos, rodeados por uma espessa atmosfera. Este último é o primeiro planeta descoberto com uma massa semelhante à de Neptuno e que se encontra simultaneamente na zona habitável do sistema, isto é, a zona com condições propícias à existência de vida. Contudo, devido à sua massa relativamente elevada, é improvável a existência de água no estado líquido.

A Técnica das Velocidades Radiais
A Técnica das Velocidades Radiais é um método indirecto para a descoberta de planetas extra-solares, e que já permitiu encontrar cerca de 180 exoplanetas. Esta técnica consiste na medição das variações na velocidade da estrela central, causadas pelo efeito gravitacional do planeta na estrela. Quando um planeta orbita uma estrela, esta também vai orbitar o planeta. Na verdade, ambos vão rodar em torno de um ponto “intermédio”, a que os físicos chamam de centro de massa.
Quanto maior for a massa do planeta, maior é o efeito produzido. Se conhecermos a amplitude de variação de velocidade da estrela devido à influência gravitacional do objecto que a orbita, podemos inferir a massa do mesmo

Contactos para mais informação:
Alexandre C. M. Correia,Departamento de Física daUniversidade de Aveiro, Tel: 234 378 117, Telm: 968 235 593, Fax: 234 424 965,E-mail:acorreia@fis.ua.pt

Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, Alexandre Carlos Morgado Correia, 28 anos, licenciou-se em Física pela Universidade de Lisboa, concluiu Doutoramento pela Universidade de Paris VII, e tem centrado o seu trabalho de investigação em torno da evolução a longo termo da rotação de Vénus e dos planetas telúricos.

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