No limite, se um estudante não conseguir um quarto, abandonará o ensino superior. O alerta, já lançado no país, foi repetido esta quarta-feira em Aveiro - dada a dificuldade em conseguir vagas e o aumento do seu custo - na abertura oficial do ano letivo da Universidade de Aveiro (UA), pelo presidente da Associação Académica da UA, Wilson Carmo.

«A última coisa que queremos é ter colegas a abandonar o ensino superior por falta de colchão ou teto onde dormir».

Há apenas «camas, em residências universitárias, para 6 por cento do estudantes» com essa necessidade, sendo que em Aveiro o preço do alojamento local «duplicou nos últimos cinco anos», enquanto os projetos das novas residências encontram-se «sem data para início das obras» e isso é «mais do que urgente», um apelo que Wilson Carmo dirigiu ao reitor e ao Governo.

No seu discurso foi elogiando a UA, mas ressalvou que «muito se podia fazer para ser ainda melhor», disse, particularmente na inovação pedagógico que «só funcionará se o corpo docente estiver predisposto». Seria um caminho para «abrir muitas daquelas mentes clássicas académicas».

A saúde mental dos estudantes já fez parte do seu discurso quando tomou posse como presidente da associação académica e agora denuncia a falta de uma estratégica. «A saúde mental cada vez mais frágil», apontando para casos cada vez mais graves no país e lamentou que os projetos da UA e da associação académica sejam insuficientes.

Nota que há mais investimento do Estado no ensino superior mas a inflação irá diminuir o impacto.