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UA cria novo tratamento para enfarte
2022/05/20

Emplastros biopoliméricos, «materiais feitos a partir de recursos naturais que podem ser a solução para reparar os tecidos do coração afetados pelo enfarte», desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) podem revolucionar o tratamento que atualmente passa «meramente por cuidados paliativos ou, em casos mais graves, pelo transplante de coração». Estes emplastros foram desenvolvidos na UA em colaboração com cientistas da Universidade de Helsínquia.

No âmbito deste estudo foram realizados em Helsínquia alguns ensaios biológicos in vitro com estes emplastros biopoliméricos. «O próximo passo será complementar estes resultados com testes in vivo, utilizando modelos animais. Deste modo, ainda faltam alguns anos de investigação até se poder implantar um biomaterial deste género em humanos», segundo Tiago Carvalho, aluno de doutoramento do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA. Tiago Carvalho realizou este trabalho com as investigadoras Carla Vilela e Carmen Freire (orientadora de Tiago Carvalho), investigadoras do CICECO e do Departamento de Química da UA e com a participação de cientistas da Universidade de Helsínquia, nomeadamente de Hélder Santos, coorientador de Tiago Carvalho.

Esta investigação faz parte do projeto de doutoramento de Tiago Carvalho centrado na utilização de fibras proteicas para o desenvolvimento de materiais com o fim de regenerar o miocárdio. O projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Segundo comunicado da UA, «os emplastros são produzidos a partir de dois materiais proteicos, gelatina e nanofibrilas de lisozima (uma proteína presente, por exemplo, nos ovos das galinhas), estes emplastros biopoliméricos foram desenvolvidos através da electrofiação, uma técnica que permite a produção de fibras. Através deste procedimento, a equipa de investigadores da UA conseguiu obter fibras extremamente longas e finas constituídas por gelatina e nanofibrilas de proteína que se depositam umas sobre as outras, formando um emplastro fibroso».

Com o novo material há «um aumento considerável da atividade antioxidante, também extremamente importante, pois um tecido danificado, como o miocárdio após um enfarte, contém compostos que danificam ainda mais este tecido através de reações de oxidação, e também uma diminuição do tempo de degradação do emplastro de 45 para 30 dias».

«Um pouco por todo o mundo, já tinham sido anteriormente produzidos emplastros fibrosos de gelatina, mas as suas propriedades e funcionalidades estavam aquém do que é necessário para ajudarem na regeneração de tecidos de miocárdio de um coração que sofreu um enfarte. A adição destas nanofibrilas proteicas constitui uma estratégia inovadora que permitiu a melhoria de várias propriedades e funcionalidades do emplastro como o desempenho mecânico, a atividade antioxidante e a sua biorressorbabilidade».

“A adição das nanofibrilas de lisozima resultou num aumento do desempenho mecânico dos emplastros, um fator importante tendo em conta o local onde irá ser implantado o emplastro, o coração”, explica.

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