2021/11/11 A principal barreira de acesso ao ensino superior são as «exorbitantes despesas para os estudantes deslocados» e a cidade de Aveiro é a terceira do país com o valor mais alto de custos de alojamento, a seguir a Lisboa e Porto, disse esta quarta-feira o presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro, António Alves.
As residências contribuem para a redução do problema, e o reitor, na sessão de abertura do ano letivo na UA, disse que se encontram em construção quatro novas residências, representando mais 256 camas.
Na mesma sessão, o líder académico disse que os estudantes querem saber de que lado está a UA. Questionou o Reitor sobre o posicionamento da instituição quanto às condições do estudantes internacionais e disse que muitos «têm graves dificuldades sócio- económicas na manutenção do seu percurso académico» na UA.
A UA «tem de perceber de que lado quer estar e qual a estratégia. Se olha (para os estudantes internacionais) como fonte de receita por via das propinas de milhares de euros ou como uma riqueza cultural» Para a Associação Académica o caminho é «preservar e estimar esta riqueza» e usá-la «como bandeira».
Sobre os estudantes de mestrado e de doutoramento pediu atenção ao Reitor para as despesas extra. Na pandemia, pelo fecho das universidade em 2020 e 2021, vários estudantes do segundo e terceiro ciclos viram «atrasados os seus trabalhos de investigação, fundamentais para o avanço das dissertações, e não foram prorrogados este ano os prazos de defesa de dissertação obrigando-os suportar encargos extra em propinas por um contexto que não controlaram e não tiveram culpa».
O Reitor tinha usado da palavra antes do presidente da associação e já não respondeu a esta intervenção, embora se tenha referido a um aumento do valor do apoio social.
Mas Paulo Jorge Ferreira referiu-se ao «maior número de sempre de estudantes colocados» na UA. Foram 2369 colocados na primeira fase do concurso nacional de acesso entre mais de 17 445 candidaturas». Na sessão de abertura a UA distinguiu os que escolheram a UA em primeira opção com classificações elevadas de pelo menos 17,5 valores, os que mantiveram a nota ou superaram, atribuindo 356 bolsas de mérito, «o maior número de sempre». Disse ainda que «de 2020 para este ano o número de colocados com nota superior a 175 subiu 2 por cento a nível nacional e na UA subiu mais de 20 por cento. E se nos últimos três anos o número de colocados, a nível nacional, com 175, subiu 80 por cento, na UA subiu 490 por cento, disse. |