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Pior desempenho cognitivo em Estarreja
2021/11/08

Num estudo, com mais de 100 adultos e idosos, com uma idade superior a 55 anos, e residência permanente em Estarreja - cidade «inserida numa área industrializada» - que investiga possíveis relações entre biomarcadores humanos de exposição selecionados e o desempenho cognitivo dos indivíduos, questionando se a exposição ambiental a produtos tóxicos pode ser um fator promotor de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer, «verificou-se que os participantes com pior desempenho cognitivo, equivalente a um estado de demência, apresentavam valores mais elevados de alguns elementos potencialmente tóxicos».

Designadamente, os resultados do estudo sugerem que uma alta concentração de alumínio e zinco pode ser um fator de risco ambiental para declínio cognitivo. A análise de regressão destacou o alumínio e zinco como os melhores preditores de MMSE, pontuações nos últimos 5 anos de biomonitorização, com maiores concentrações desses EPT prevendo o futuro piores desempenhos cognitivos gerais.

Após 5 anos, foram repetidas as avaliações cognitivas e analisados os tecidos e fluídos humanos. Os resultados dos dados neuropsicológicos revelaram uma diminuição média de 5 pontos (em 30) na prova Mini Mental State Evaluation (MMSE).

Com este estudo, investigadores do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro (GeoBioTec) conquistaram o prémio António Flores que tem como objetivo «promover e distinguir a qualidade científica e a originalidade dos temas apresentados, mas também o aperfeiçoamento das capacidades de apresentação e de discussão científica».

Segundo o estudo, a exposição ambiental a elementos potencialmente tóxicos, “têm sido sugeridos como estando associados ao aumento de risco de desenvolvimento de demência e da doença de Alzheimer durante o envelhecimento”, segundo Marina Cabral Pinto que integra o grupo de investigadores. Além do GeoBioTec, o estudo integra ainda investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo Comportamental e do Laboratório de Química Aplicada da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

Segundo comunicado, «a homeostase dos metais é crucial para o funcionamento normal do cérebro. Esses elementos são geralmente necessários em pequenas quantidades, contudo, podem promover desequilíbrios com potencial para exacerbar eventos fisiológicos prejudiciais. A exposição ambiental a esses elementos potencialmente tóxicos é um fator de risco hipotético para doenças neurodegenerativas. Poucos estudos abordaram os efeitos dos níveis de EPT no corpo humano numa futura performance cognitiva. O objetivo deste estudo foi de avaliar, com o passar dos anos, como o conteúdo de EPT nos tecidos e fluidos humanos se relaciona com o declínio cognitivo em residentes idosos de regiões geográficas contaminadas e de controlo».

Os investigadores ressalvam que «para já esta é uma relação que resulta apenas dos modelos estatísticos obtidos e é necessário garantir que não se trata de um resultado casual”. Por isso, os dados até agora obtidos “indicam que esta é uma linha de investigação que vale a pena desenvolver, mas que investigação adicional é efetivamente necessária».

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