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MARIA denuncia contaminação da ria pela pecuária
2021/03/11

O MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro difundiu esta quinta-feira um vídeo com imagens recolhidas no Cais da Ribeira de Pardelhas, na Murtosa, observando-se um despejo na Ria, através da rede de águas pluviais, de «um caudal permanente de efluentes com elevada carga orgânica, proveniente de descargas ilegais».

Em comunicado estabelece uma ligação direta entre o despejo e a proibição de capturas de bivalves pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na RIAV1, «a maior e mais produtiva das quatro zonas de pesca da Ria entre a Ponte da Varela e a Barra de Aveiro.

O MARIA cita a Associação da Pesca Artesanal da Região de Aveiro (APARA) sobre a origem dos efluentes. De “explorações agrícolas de animais bovinos e suínos” instaladas na cabeceira norte da Ria de Aveiro», segundo comunicado.

Levantar a interdição implica conseguir 12 análises consecutivas com resultados negativos « significando que, pelo menos durante seis meses, não poderá haver captura de bivalves, uma vez que as recolhas laboratoriais são efetuadas de quinze em quinze dias».

São também lançadas suspeitas sobre as dragagem na Ria de Aveiro na responsabilidade da «alteração óbvia da qualidade das águas e do meio marinho”.

Para resolver este problema é sugerida a intervenção do IPMA «ou as entidades que tenham essa competência cuidem de saber a origem” dos atos poluidores, atuando contra quem “procede ilegalmente” e acarreta “gravíssimos problemas a toda a comunidade piscatória”».

Em circunstâncias habituais, a Ria de Aveiro abastece cerca de 70 por cento das necessidades do mercado nacional nas diferentes espécies de bivalves, designadamente, berbigão, mexilhão, amêijoa-boa, amêijoa-japonesa, amêijoa-macha, longueirão e ostra-japonesa.

O MARIA aponta para «dezenas de explorações agropecuárias para produção de carne e leite nas imediações das margens da laguna, mas, de acordo com especialistas contactados pelo MARIA, nem todas operam nas melhores condições e em estrito respeito pela legislação em vigor». Aponta ainda para «a ausência de estações adequadas de tratamento de efluentes provenientes das agropecuárias, conjugada com uma deficiente fiscalização das direções gerais de Alimentação e Veterinária e Agricultura e Desenvolvimento, do Ministério da Agricultura, e das autarquias». Daí, as «constantes agressões ao meio ambiente, com consequências indesejáveis para a comunidade de pescadores».

Um especialista contactado pelo MARIA disse que “todas as explorações agropecuárias são obrigadas a possuir e colocar em prática o PGEP – Plano de Gestão de Efluentes Pecuários. Mas, na verdade, o que acontece, é que os projetos não passam do papel e poucas são as explorações que cumprem minimamente com aquilo que está prescrito na lei».

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