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Estudo de Aveiro contraria estratégia de vacinação
2021/02/12

Um estudo de uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) chegou à conclusão que «vacinar primeiro os ‘super disseminadores’ da covid-19 limita muito mais a propagação do coronavírus e pode diminuir o número global de mortes», comparando com o que está a acontecer na União Europeia, Estados Unidos e «um pouco por todo o mundo» que vacinam primeiro os idosos e sucessivamente os grupos etários de idades inferiores».

«Permite salvar muitas mais vidas», garante José Fernando Mendes, investigador do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N) e do Departamento de Física da UA.

O estudo concluiu que «optando por uma estratégia de vacinação que passe primeiro por estes potenciais transmissores do coronavírus, o número de mortes a menos poderá alcançar valores na ordem dos milhares», segundo comunicado. Aliás, «trabalhos anteriores sobre redes organizadas com uma tipologia de conectividades sem escala mostram que a escolha de quem deve ser vacinado primeiro pode ter um grande impacto na evolução de uma epidemia», aponta.

Agora, a estratégia é vacinar o maior número de pessoas, no menor espaço de tempo, para uma redução máxima do número de mortes, e limitar os impactos econômicos inevitáveis”, mas segundo o investigador José Fernando Mendes, especialista em Sistemas Complexos e Redes Complexas do Departamento de Física da UA, «a vacinação em grande escala com o objetivo de alcançar a imunidade de grupo apresenta muitas dificuldades logísticas e sociais».

No trabalho a equipa de cientistas mostra que a escolha criteriosa de quem vai compor o primeiro grupo a ser vacinado «pode impactar significativamente tanto no número total de óbitos quanto na procura por cuidados de saúde».

Segundo um modelo epidemiológico desenvolvido pelo estudo, «se o país vacinar 20 por cento da população da faixa etária situada entre os 30 e os 39 anos – uma faixa que representa 2,5 por cento da população nacional e onde os cientistas colocam o grosso dos ‘super disseminadores’ que podem ter um poder de disseminação do coronavírus até 10 vezes mais do que a média da população dessa faixa etária (no estudo usaram-se valores entre 3 e 10 e dois valores de eficácia da vacina de 70 a 95 por cento) – e, reportando, por exemplo, ao contexto pandémico de janeiro, o país teria menos 2 ou 3 mil mortes dependendo do cenário usado».

Além daquela faixa etária, os «possíveis» ‘super disseminadores’ são «todos os profissionais de saúde, professores de todos os níveis de ensino, trabalhadores de transportes públicos, trabalhadores de supermercados e outros que lidam diretamente com um grande número de pessoas são, aponta José Fernando Mendes».

O estudo prevê também que no melhor dos cenários no final do ano atingir-se-á um número total de mortes a rondar os 21000.

Neste trabalho, explica, «mostramos com base num modelo epidemiológico qual a importância dos nodos da rede social com elevado número de contatos - designamos por ‘super disseminadores’ -, ou seja, muito superior ao da média da população, sobre a eficácia da estratégia de vacinação».

No trabalho a equipa de cientistas mostra que a escolha criteriosa de quem vai compor o primeiro grupo a ser vacinado «pode impactar significativamente tanto no número total de óbitos quanto na procura por cuidados de saúde».

«Argumentamos com base nesta abordagem, que não coincide com as propostas atuais, a nossa proposta deve ser considerada por todas as autoridades participantes no desenho do protocolo de vacinação covid-19, com o intuito de minimizar o número de mortes», apela José Fernando Mendes.

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