Uma equipa de médicos e investigadores descobriu que, em mulheres na menopausa, a quantidade de vitamina D no sangue está relacionada com fatores que condicionam a viscosidade do sangue nos vasos sanguíneos mais pequenos (ou microcirculação), responsáveis pela nutrição e oxigenação dos tecidos e órgãos. Segundo comunicado da unidade hospitalar, esta descoberta «pode explicar por que os níveis baixos de vitamina D estão relacionados com a osteoporose e as doenças cardiovasculares nas mulheres em menopausa».

A descoberta é de uma equipa do Hospital da Luz de Aveiro, Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, Instituto de Medicina Molecular e Universidade de Lisboa.

A equipa de investigadores é composta por Paulo Luiz Farber (coordenador), Ana Dias e Ana Cristina Pinho, médicos do Hospital da Luz Aveiro, Teresa Freitas e Ana S. Silva-Herdade, do IMM, Diego Viggiano, da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, e Carlota Saldanha, da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Na microcirculação, a viscosidade sanguínea «depende de algumas características dos glóbulos vermelhos. Este estudo verificou que a viscosidade do sangue na microcirculação é pior quando a vitamina D está baixa e nas mulheres com maior risco de pré-diabetes ou diabetes. Outros fatores que neste estudo foram encontrados relacionados com a viscosidade do sangue são o cálcio livre e fatores de risco para pré-diabetes e diabetes. Outras doenças, como a COVID-19, também estão relacionadas com problemas na microcirculação e são piores em pessoas com diabetes, doenças cardiovasculares e com baixos níveis de vitamina D no sangue».

Sabe-se que o cálcio, a vitamina D e a resistência à insulina (que dificulta o controlo da diabetes) estão ligados à osteoporose e às doenças cardiovasculares durante a menopausa mas esta equipa «fixou como objetivo avaliar se os parâmetros hemorreológicos (ou seja, as características do fluxo do sangue e dos seus componentes) relacionados com a viscosidade do sangue na microcirculação são condicionados pelo metabolismo do cálcio e a resistência à insulina».

O estudo foi publicado na revista científica