Vale de Domingos quer ser uma «referência nacional na área da integração social» e a comunidade cigana faz parte do grupo de pessoas a abranger pela Aldeia da Inovação Social, constituindo uma «resposta ao problema social do aumento exponencial dos comportamentos de risco dos jovens, sobretudo no que respeita a vandalismo, criminalidade e toxicodependência, transformando um local estigmatizado num exemplo de integração e num ponto de atração turística do concelho de Águeda».

A aldeia envolve a comunidade, a Associação Cultural e Recreativa de Vale Domingos e a Câmara Municipal.

Júlio de Oliveira é patriarca de uma das famílias de etnia cigana, que ‘«sublinhou a importância desta “aldeia social”, que implementa a união e afasta os comportamentos de risco da comunidade, segundo comunicado da autarquia.

Para Jorge Almeida, presidente da Câmara, «este é um projeto disruptor e integrador», admitindo que o trabalho «que aqui está a ser realizado é exemplar e servirá de modelo para ser replicado noutros pontos do país». Alexandra Neves, do Portugal Inovação Social, disse que, «se calhar vai colocar, ao nível de política pública, como um projeto exemplo para Portugal».

A mediação intercultural, com um diálogo com os empresários e acompanhamento da comunidade de Vale Domingos no mercado de trabalho, incentivo dirigido às crianças e jovens «no seu percurso escolar e profissional, combatendo o abandono escolar, o absentismo e a falta de objetivos de vida (jovens que não trabalham, não estudam, nem frequentam qualquer formação)».

A aldeia também é uma forma de «promoção de ações de capacitação e formação para a população local, como ateliers de costura, de jardinagem, de agricultura, entre outros, que permitam o ocupação e crescimento pessoal e profissional da comunidade».

Para o Presidente da Associação Cultural e Recreativa de Vale Domingos, Ricardo Pereira trata-se de «um projeto que salva vidas» prevendo um impacto «muito grande no concelho”. Consiste, «não na mudança das pessoas, mas dos comportamentos de risco», com ma «criação de empregos, do acompanhamento dos jovens, da manutenção do parque, da realização de eventos culturais, desportivos, etc., visando sempre as pessoas».

O investimento de 265 mil euros é suportado pela autarquia em 79.500 euros (30% do valor aprovado) e a parte restante pelo Portugal Inovação Social.