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Bióloga da UA lidera exploração ao mar profundo
2020/11/26

A bióloga marinha da Universidade de Aveiro, Ana Hilário, investigadora do Centro de Estudo do Ambiente e do Mar da UA, lidera um novo programa com cientistas de todo o mundo que «propõe trazer à superfície o conhecimento escondido no fundo dos oceanos». Com Kerry Howell, investigadora na Universidade de Plymouth (Reino Unido) e especialista em Ecologia do Mar Profundo, reuniram cientistas de 45 instituições de 17 países para desenvolverem um programa de investigação durante 10 anos para «estudar o mar profundo».

As duas coordenam o Challenger 150 e além da equipa de Aveiro, «também contribuíram para o desenho do programa cientistas do CIIMAR (Universidade do Porto), do Okeanos (Universidade dos Açores) e do CIMA (Universidade do Algarve).

«Depois de Marte é, provavelmente, o mais enigmático local que a Humanidade não pisou: o mar profundo. Batizado de Challenger 150, em alusão ao Challenger Deep, o ponto mais profundo do planeta, um novo programa com cientistas de todo o mundo propõe trazer à superfície o conhecimento escondido no fundo dos oceanos», segundo o comunicado da UA que apresenta Ana Hilário «ao leme» para que o Challenger 150 constitua uma «referência da Década da ONU da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável».

Os cientistas esperam «gerar mais dados geológicos, físicos, biogeoquímicos e biológicos através da inovação e da aplicação de novas tecnologias, e utilizar estes dados para compreender como as mudanças no mar profundo afetam todo o meio marinho e a vida no planeta. Este novo conhecimento será usado para apoiar a tomada de decisões a nível regional, nacional e internacional sobre questões como a exploração mineira nos fundos oceânicos, a pesca e a conservação da biodiversidade, bem como a política climática», segundo Ana Hilário.

Kerry Howell diz que «dentro de 10 anos, qualquer decisão que possa ter impacto no mar profundo, seja de que forma for, será tomada com base num conhecimento científico sólido dos oceanos”. Mas alerta que «é necessário que haja consenso e colaboração internacional”.

“O mar profundo [vastas extensões de água e fundos marinhos entre os 200 e os 11000 metros abaixo da superfície do oceano] é reconhecido globalmente como uma importante fronteira da ciência e da descoberta”, Ana Hilário,

O mar profundo representa cerca de 60 por cento da superfície da Terra, mas «uma grande parte permanece completamente inexplorada e a Humanidade conhece muito pouco sobre os seus habitats e como estes contribuem para a saúde de todo o planeta».

Para Ana Hilário é uma oportunidade para ter um programa «a longo prazo de formação e capacitação de recursos humanos em ciências do oceano», formando a próxima geração de biólogos do mar profundo. Vamos concentrar-nos na formação de cientistas de países em desenvolvimento, mas também de jovens cientistas de todas as nações, incluindo Portugal».
Será possível ter uma «rede reforçada que permitirá aos países exercer plenamente o seu papel nos debates internacionais sobre a utilização dos recursos marinhos dentro e fora das suas fronteiras nacionais».

INFO UA
Challenger 150 - o ano 2022 marca o 150º aniversário da expedição do navio HMS Challenger que circum-navegou o globo, mapeando o fundo do mar, registando a temperatura global do oceano, e proporcionando a primeira perspetiva da vida no mar profundo - irá coincidir com a Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável, que decorre de 2021 a 2030.
“Um dos grandes objetivos do Challenger 150 é a capacitação e aumento da diversidade no seio da comunidade científica, uma vez que atualmente a investigação no oceano profundo é conduzida principalmente por nações desenvolvidas com recursos financeiros suficientes e acesso a infra-estruturas oceanográficas”, explica a bióloga portuguesa.

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