Alberto Souto, ex-presidente da Câmara de Aveiro, foi secretário de Estado-adjunto e das Comunicações, abandonou este cargo no Governo, a seu pedido, por razões pessoais, alegou, mas o atual presidente autarquia, o social-democrata, Ribau Esteves, apresentou uma explicação diferente durante a reunião da Assembleia Municipal desta sexta-feira à noite.

«Saiu do Governo porque não está mais para aturar o ministro Pedro Nuno Santos», disse Ribau Esteves na sequência de uma intervenção do socialista Nuno Marques Pereira que elogiou o trabalho de Alberto Souto no Governo. Contudo, ainda esta sexta-feira, Alberto Souto escreveu: «Agradeço ao Pedro Nuno Santos e ao Primeiro Ministro António Costa a oportunidade que me propiciaram».

Mas Ribau Esteves também apresentou uma explicação para a saída de Jamila Madeira do cargo de secretária de Estado Adjunta da Saúde e, também neste caso, respondia à intervenção de Nuno Marques Pereira, que elogiou o trabalho do Serviço Nacional de Saúde. «Homenagear o passado é conversa da treta», disse.

Começou por falar sobre a gestão da Saúde em Portugal, dizendo que «ainda não conseguimos ter luz verde acesa» para o investimento na requalificação e ampliação do Hospital de Aveiro.

Apontou para o «desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde na última década, foi demais, é preciso recuperar urgentemente porque as carências são demais, é preciso investimentos brutais» e chamou à atenção para a necessidade de «formar mais médicos».

Neste quadro, Ribau Esteves questionou: «Quem sabe se não foi por ter posições políticas que acabei de dizer que a ministra Marta mandou sair a secretária de Estado Jamila, uma das surpresas da semana?».

«Quem sabe se aquilo que a Jamila queria, mulher lutadora e que
nos estava a ajudar em coisas muito importantes do nosso hospital, quem sabe se não foi por isso que a Marta exigiu a sua saída ao
Primeiro-Ministro. Não estou a especular nada, está dito pela sua própria boca».

Ribau Esteves pediu «ajuda a todos» para «conquistar as coisas para que as jamilas não vão para a rua porque nos ajudam, porque estão a trabalhar para nos ajudar. É evidente que trabalhando bem e ainda por cima como é “alta” e a Marta é “baixa”, pois estava a começar a fazer sombra à Marta e uma das coisas que as pessoas de baixa estatura política fazem àqueles que têm altura é afastá-los de perto porque lhes fazem sombra».