A Comissão Política de Aveiro do PS acusa o presidente da Câmara de Aveiro de preparar consórcio para concorrer à conceção, construção e concessão de um complexo crematório, cuja abertura do concurso foi aprovada esta quinta-feira com a abstenção dos vereadores socialistas e os votos a favor da maioria PSD-CDS.

Abstiveram-se porque «concordam que Aveiro possa ter um crematório» mas «oferece reservas não esclarecidas a implantação em zona urbana habitacional, as acessibilidades e a localização».

«Sem qualquer discussão, avança-se para a construção de um crematório (…) Se algum debate houve foi, eventualmente, para preparar algum consórcio para concorrer a um projeto para que não haja mais uma asneira do Presidente a ir a concurso e a ficar vazio», segundo comunicado do PS, após a reunião do Executivo.

Para a maioria, «é um investimento importante» dada a «procura crescente». Para isso, em julho último, a Câmara comprou três imóveis na Rua Aires Barbosa, junto ao Cemitério Sul de Aveiro, com a área total de 1.494,90m2, por de 552.000 euros.

O processo carece ainda de votação da Assembleia Municipal, onde a coligação PSD-CDS também tem maioria. Quanto à aprovação pelo Executivo, o PS critica por «ficar na esfera de decisão sem qualquer ponderação plural, não é democrático».

Para os socialistas, «fazer deste equipamento mais um em concessão para entrar no mercado concorrencial não parece ser um benefício para ninguém recorra ao serviço, razão pela qual poderia ser um equipamento municipal sob gestão camarária, que poderia controlar os custos a imputar aos utilizadores».

A pensar nas autárquicas de 2021, o PS diz no comunicado que Ribau Esteves é um «um tecnocrata, gestor de fundos e de ideias estapafúrdias a gastar todos os cartuxos no último ano do mandato para ser candidato nas próximas eleições. Mas Aveiro já compreendeu há muito no que se meteu e não vai cair no engodo».