2019/12/12 O texto que o arquiteto Pompílio Souto escreveu contra a localização da zona de ampliação do hospital de Aveiro, para o terreno vizinho, onde ainda se encontra o Estádio Mário Duarte, a demolir em 2020, teve esta quarta-feira uma reacção da Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Margarida França, do Reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira e do Presidente da Câmara Municipal, Ribau Esteves.
Segundo o comunicado, o arquiteto «vem tentar colocar em causa a opção destas três entidades em proceder à ampliação e à qualificação do Hospital Infante D. Pedro».
Da parte do grupo das três entidades, estão a «trabalhar de forma empenhada e intensa, com o devido envolvimento do Governo de Portugal, da Autoridade de Gestão do Programa Operacional da Região Centro e da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro».
No texto «Apelo a um esclarecimento público que tarda…» o arquiteto diz que há um «desconhecimento público dos estudos que possam sustentar esta opção» mas admite a «imperiosidade de novas instalações para doentes e equipamentos no hospital que temos e que deixámos chegar ao mau estado em que está, os profissionais que lá trabalham precisam de condições que não têm e de perspetivas aliciantes para o que eles, outros, e todos nós ambicionamos que aí se faça, a Universidade carece de novas áreas de trabalho e instalações para as Ciências Médicas» mas alerta que «não é precipitando decisões – mais uma vez; resolvendo sem projeto e sem plano – outra vez; fazendo tudo desconsiderando todos – repetidamente, que tais instituições cumprem o seu papel, se engrandecem e credibilizam quem as governa».
Também diz que é preciso «demonstrar que o sítio tem a “acessibilidade” desejável e necessária; que o lugar tem a “vocação” ou a “versatilidade e resiliência” indispensáveis; que as funções previstas carecem, de facto, das “continuidades físicas e territoriais” que se procuram e que tudo isto está garantido hoje, é sustentável e, comprovadamente, não obvia melhores soluções». Pompílio Souto conclui que «a situação existente na zona de intervenção e o que para ela se prevê, sugerem que poucas, ou nenhumas dessas condições se verificarão, ao que acresceria a “canibalização” de um importante troço da “Cidade consolidada”, seja pela desmesurada dimensão da “zona monofuncional” que aí se estabeleceria, seja pelo enorme acréscimo de tráfego mecânico e de poluição que isso geraria».
O comunicado da Câmara, UA e CHBV garante o «devido enquadramento viário e urbano da área da sua implantação, a proximidade ao campus da UA, o apoio político de largo espetro manifestado em posições formais por várias forças políticas da esfera do governo local e da oposição, o compromisso formal assumido entre as partes para que este objetivo se concretize com base em muito trabalho de análise técnica de necessidade, de sustentabilidade, de pertinência e de urgência». |