O reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira, defende um modelo diferente de seleção para acesso ao Ensino Superior, conforme escreve em artigo de opinião publicado no site da instituição.

«Porque não repensar o atual modelo de acesso ao Ensino Superior, concebendo novas formas de aferir talento? Precisamos de modelos mais sensíveis às capacidades inatas dos candidatos e que mais influenciam o seu desempenho e capacidade de moldar o futuro», escreve o Reitor.

Para Paulo Jorge Ferreira, o atual processo de seleção para acesso ao Ensino Superior, que «no essencial se mantém há 30 anos, atribuiu importância central à componente cognitiva. Baseia-se em exames, através dos quais se procura reduzir o potencial dos candidatos a um número. Contudo, o talento de um indivíduo não se esgota nos seus conhecimentos técnicos ou na forma como lida com a pressão do exame; e há aptidões difíceis de avaliar com um mero exame».

O Reitor defende ainda que «a avaliação do talento pressupõe uma abordagem multidimensional que deve contemplar a aferição das aptidões cognitivas, sociais, pessoais e emocionais, e a capacidade de as conseguir mobilizar para realizar tarefas e resolver problemas reais e concretos».

Espera haver coerência entre o discurso e as ações. «Numa altura em que exigimos aos nossos diplomados que sejam empreendedores e capazes de transformar conhecimento em inovação, parece-me oportuno repensar o modelo de acesso, realinhando-o de forma coerente com esses objetivos», escreve também.

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