2019/05/13 O Movimento Juntos pelo Rossio lançou um apelo - uma “Carta aberta aos novos hotéis de cinco estrelas“ - no dia feriado da Aveiro: “Senhores investidores, contamos convosco para dizer NÃO ao estacionamento do Rossio e para estarem ao lado da população nesta causa, estando certos que a Câmara Municipal ficará, assim, liberta de pressões externas para assumir definitivamente que desistir deste projeto será a melhor decisão para a cidade“.
Os investidores serão bem-vindos mas, segundo o movimento “quando assegurarem o respeito pelo património cultural, ambiental e social desta cidade e não contribuírem ou pactuarem com a destruição dos espaços que nos são queridos e cuja história vai muito além da vossa chegada recente“. É que, segundo o Juntos pelo Rossio, “as cidades fazem-se de gente e de vivências, de espaços verdes e de partilha, não de bunkers de cimento“. Com o parque no subsolo, Aveiro será “qualquer outra coisa transgénica e modificada ao sabor dos interesses privados. Também aí perderão os hotéis que já nada terão para oferecer aos seus clientes e o seu investimento atual de nada servirá. Perderemos todos….“.
O movimento fala em “encomenda“ e faz uma pergunta: “É sabido que a Câmara Municipal de Aveiro tem publicamente enaltecido o investimento por parte de novos hotéis de 5 estrelas na cidade e que o Executivo Camarário já fez referência à mais-valia que seria ter estacionamento à porta dos restaurantes, hotéis e alojamentos do centro, sendo que muitos não poderão ter o seu estacionamento privado. Será a construção do parque feita por “encomenda” destes privados? Queremos acreditar que não“.
O plano de construção de estacionamento é uma “ameaça“ porque “paira sobre um espaço privilegiado de receção aos turistas desta cidade“ e o Jardim do Rossio “pode ser destruído“.
O plano da autarquia é para o movimento estacionamento “criar um gigantesco buraco de lodo com resolução por tempo indeterminado, dada a complexidade, morosidade e impacto da construção de um parque de estacionamento em cave previsto para aquele local“.
O movimento acrescenta ainda a “destruição parcial das marinhas, incluindo a tão conhecida Marinha da Troncalhada, que é hoje um Ecomuseu. Estes danos irreversíveis poderão verificar-se caso a Câmara Municipal de Aveiro avance com a construção da nova ponte sobre a eclusa, e seus acessos, cuja previsão aponta para um custo de mais de um milhão de euros a serem pagos por todos nós“. |