Na "Mensagem de Ano Novo" de 2019, o presidente da direcção do clube dos Galitos de Aveiro, António Granjeia, escreve que não desiste de "pedir à cidade uma piscina que potencie o trabalho de excelência que o clube tem feito na natação, sendo que a recuperação da que ocupamos depende de um governante em Lisboa se dignar-se a perder dez minutos para assinar um protocolo muitas vezes negociado. Se calhar só vão olhar quando aparecer nas TVs de formato tablóide. Existe a firme disposição da Câmara de Aveiro em olhar com abertura e interesse para o projeto de uma nova instalação e a recuperação da nossa piscina. Assim exista a mesma vontade por parte do Governo".

Os poucos recursos dos Galitos e as organizações faustosas do Estado
O Clube dos Galitos de Aveiro conquistou 23 títulos de campeão nacional e 26 recordes nacionais em 2018 mas com "poucos recursos, reinventando diariamente soluções para manter as estruturas a funcionar e tentar evitar o desgaste do imobilizado (…) Temos de procurar meios financeiros diversos dos tradicionais para provirmos este objetivo", escreve o presidente na mensagem dirigida aos sócios.

Entretanto, as conquistas do clube com poucos recursos contrastam com as "organizações faustosas" do Estado que "apesar dos discursos de contenção, não dão nota de diminuição no fausto organizativo. Os orçamentos destinados às festas do desporto escolar é disso exemplo, a que se pode acrescentar o facto de no final das festas nem o material desportivo comprado para o efeito ficar nas localidades anfitriãs".

A "Mensagem" do presidente volta a não ter novidades quanto a questões que duram há anos como os "terríveis acessos por estrada" ao posto náutico junto à antiga Lota, uma nova piscina e espaço envolvente ao pavilhão. Aqui, espera a colaboração da Câmara Municipal. "Tem sido possível enquadrar a autarquia no realismo da necessidade de requalificação da piscina que usamos, na indispensabilidade dos acessos ao posto náutico, na requalificação do espaço envolvente ao pavilhão nomeadamente a iluminação, estacionamento, zona dos campos de padel e estudo do projeto de uma nova piscina na cidade".

Sobre os acesso ao posto náutico diz o presidente: "Não percebemos o que tem de difícil resolver esta questão".

Mas neste ponto, o clube aguarda "que a autarquia reúna as condições necessárias para avançar nestes temas sabendo que terá no Galitos um parceiro confiável, leal e empenhado". Enquanto isso, deseja "as tão prometidas ajudas de diversas entidades que, por um motivo ou outro, teimam em não aparecer e ao invés recebemos cartas desqualificativas do nosso trabalho quando com razão reclamamos do estado de abandono do espaço da lota".

António Granjeia lamenta que a" história do remo na cidade não tenha o peso suficiente para resolver este problema embora saibamos que existem planos para requalificar a zona proporcionando ao clube e à cidade um centro náutico de excelência, à semelhança daqueles em que todas as cidades congéneres já investiram. O incremento da secção náutica tem-se feito mesmo nas deploráveis condições de acesso existentes pelo que não conseguimos imaginar no que seria possível evoluir com uma conjuntura mais propícia no acesso ao posto náutico. Só com as condições melhoradas será possível manter um remo aveirense aberto e virado para a cidade e turismo".

O presidente denuncia ainda a "canibalização dos clubes mais pequenos" porque a construção de instalações desportivas "não tem valorizado os clubes e as associações do país menos mediatizado e ao invés está canibalizá-los em benefício dos chamados grandes". Denuncia ainda a “futebolização a passar para as modalidades amadoras" e considera "fundamental criar estratégias locais e regionais que combatam este marketing agressivo e o centralismo das grandes capitais" assim como "criar estímulos às empresas do concelho de que vale a pena apostar na sua terra ao invés dos clubes de Lisboa e Porto".