Investigadores do Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro estudam uma dieta com base em insetos que possa garantir uma alimentação saudável a organismos marinhos de aquacultura e uma das espécies de insetos é a mosca-soldado-negra, entre outros como insetos costeiros.

É preciso “encontrar soluções sustentáveis que minimizem a pressão da pesca sobre os stocks de peixe” e este é um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro, através do FEDER.

Segundo comunicado da UA, “a maioria das rações utilizadas continua a depender das farinhas e, sobretudo, do óleo de peixes capturados no mar, daí que a pressão de captura sobre estes peixes tenha inclusive aumentado com o crescimento da aquacultura”.

Como alternativa, têm sido utilizados outros ingredientes, como a a soja que, mas não tem alguns nutrientes importantes para a dieta dos peixes, além de que o cultivo contribui para a desflorestação de zonas como a Amazónia, considerando que o Brasil é um dos principais produtores. Concluindo, não é uma alternativa sustentável, segundo Olga Ameixa, coordenadora do projeto SUShI, além de que a alimentação à base de soja provoca inflamação no intestino do peixe.

A larva da mosca-soldado-negra tem ganho protagonismo como fonte alternativas de proteína e os investigadores consideram essa possibilidade no âmbito do projeto SUShI – “SUStainable use of insect protein in aquaculture feed”. O regime alimentar das larvas “pode ser manipulado para as tornar mais ricas em ácidos gordos polinsaturados, sobretudo os ómega-3, e garantir uma alimentação mais saudável aos organismos marinhos de aquacultura”, além de que podem ser criadas espécies de insetos costeiros com o mesmo objetivo.