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Festival na linha de investigação turística
2018/09/25

Para além das perguntas "Qual é o caminho para o museu?" ou "Onde posso comer bem?" feitas pelos turistas nas ruas dos locais que visitam, três investigadoras da Universidade de Aveiro (UA) concluíram que "quanto maior e melhor for a interação entre residentes e turistas, maior será a influência positiva do turismo na qualidade de vida dos locais e, por isso, melhor serão aceites os visitantes", mas as conclusões a que chegaram já é uma prática em Aveiro, como aconteceu este fim de semana durante o Street Arts Fest.

Maria João Carneiro, Celeste Eusébio e Ana Caldeira, do Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo e da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas (GOVCOPP) da UA publicaram o estudo no Journal of Quality Assurance in Hospitality & Tourism e dizem que "muito ainda há para fazer".

O exemplo do programa "Street Arts Fest", da mordomia de S. Gonçalinho pode ser um caso da mistura entre residentes de Aveiro, no caso do bairro da Beira Mar, e turistas. Várias casas do bairro abriram-se a todos, músicos intalaram-se no interior e quem quisesse entrava e ficava a assistir. Foi apresentado como um "festival urbano de artes performativas de rua, que a Mordomia de São Gonçalinho concebeu e pretende que se traduza num evento que proporcione animação de rua e convívio entre as gentes do bairro, da cidade e visitantes".

Precisamente, o estudo agora conhecido também defende "a estruturação de eventos que promovam o contacto entre residentes e visitantes e a integração de residentes no desenvolvimento e fornecimento de serviços turísticos. Este tipo de ações pode também ser muito relevante para os residentes, não só pela compensação económica que poderão obter, mas também pela ligação que podem manter a um património que valorizam e do qual se orgulham”.

Durante três dias, a mordomia de S. Gonçalinho atraiu muitos ao bairro da beira mar e Praça do Peixe e fez uma festa no fim de semana em Aveiro. À volta da capela, nas ruas do bairro até aos Arcos, só faltou mesmo lançarem cavacas como acontece em Janeiro.
A partir de uma sugestão saxofonista/músico Henk van Twillert para realizar "mini-concertos, intimistas, a realizar em várias casas particulares do bairro da Beira-Mar", a mordomia acrescentou animação de rua, entre música, dança, dj’s, livros e estórias, poesia, teatro, graffiti, o cortejo das pastoras e o leilão das oferendas, arraial, e a eucaristia num cartaz de três dias actividades.

O estudo publicado refere ainda que “um contacto mais intenso e satisfatório com o visitante permite aos residentes obterem um umaior conhecimento e compreensão da sua cultura e das suas atitudes, desenvolverem sentimentos mais positivos e atitudes mais favoráveis relativamente aos turistas e ao próprio desenvolvimento turístico e, até, terem uma maior recetividade a impactos turísticos menos positivos”, segundo Maria João Carneiro.

A dimensão que o turismo alcançou tem gerado algum desagrado por variados motivos, principalmente a descaraterização do patrómónio, mas esse não é um assunto abordado no estudo. Contudo, as investigadoras concluem que ”a valorização dos visitantes por parte dos residentes pode, por outro lado, contribuir também para uma maior perceção de efeitos positivos do turismo ao nível de maiores oportunidades de socialização e recreação”.

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