Uma proposta do Município de Arouca foi aprovada por unanimidade na assembleia-geral dos 140 geoparques da UNESCO GGN – Global Geopark Network para que essas estruturas doassem património ao recém-destruído Museu Nacional do Rio de Janeiro.

A rede reúne os responsáveis pela gestão dos diferentes territórios com património geológico de relevância internacional reconhecido pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

A proposta partiu da AGA - Associação Geoparque de Arouca, cuja presidência cabe por inerência ao Município, e foi aprovada esta semana em Itália no encontro da GGN – Global Geopark Network.

Pretende-se que cada geoparque ceda “pelo menos uma peça do seu espólio à instituição brasileira, ajudando assim a constituir novas coleções dos departamentos de Geologia, Botânica, Entomologia, Paleontologia e Antropologia“.

Segundo o município, os bens a doar pelo Arouca Geopark “ainda não foram selecionados, mas há duas opções que ressaltam como mais emblemáticas do território: as “pedras parideiras”, que resultam de um fenómeno geológico granítico único no mundo, onde nódulos negros se destacam da “pedra-mãe” por efeito da erosão; e os fósseis de trilobites, animais marinhos que habitaram os mares da era Paleozoica e que, em Arouca, apresentam uma dimensão considerada “gigante” quando comparada com o normal tamanho encontrado noutras partes do mundo “.

A proposta reconhece que “os 140 geoparques da UNESCO são detentores de “peças e bens excecionais” pelo que representam um “património geológico ilustrativo da história do planeta” e se encontram, por isso, numa situação privilegiada para ajudar à reconstituição do Museu Nacional do Rio de Janeiro“.

Segundo a presidente da Câmara Municipal e da direção da AGA, Margarida Belém, pretende-se "dar um sinal de solidariedade e inteiro apoio ao Brasil, por parte quer de Arouca, quer da GGN enquanto organismo internacional parceiro da UNESCO”.

O município acrescenta que para os portugueses, o Brasil “é um país-irmão que tem ainda a particularidade de acolher uma grande comunidade arouquense, pelo que este é um gesto simbólico para ajudar a reerguer um museu ímpar no mundo”, acrescenta a autarca, a propósito do equipamento com 200 anos que no passado dia 2 de setembro viu destruído num incêndio um acervo com cerca de 20 milhões de peças“.

foto Da Literatura