Foram apreendidos 590 kg de meixão (enguia bebé, em forma larvar) em Aveiro, avaliado em mais de um milhão de euros numa operação da ASAE em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Segundo a ASAE, trata-se da maior apreensão de sempre de meixão registada em Portugal, desmantelando uma rede de tráfico daquela espécie em estado larvar.

A operação envolveu 18 mandados de busca em Aveiro e Coimbra a elementos que integravam, segundo a ASAE, uma “rede organizada que, recorrendo à pesca ilegal da enguia bebé (que ocorre em vários pontos do país), aglomeravam, preparavam e enviavam meixão para o Oriente, onde o valor pode ascender até aos 10 mil euros por quilo".

Aquela Polícia deteve dois cidadãos asiáticos e detetou 32 tanques viveiros do meixão, uma espécie protegida, sendo que a sua captura é proibida.

Esta «Operação SARGAÇO» da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal da ASAE foi projetada em Outubro de 2017, na sequência de informações policiais sobre o tráfico de meixão em Portugal.

Segundo a ASAE, de Novembro a Março foram feitas 26 detenções de cidadãos de origem asiática, nos aeroportos de Lisboa e Porto (em colaboração com a Autoridade Tributária e Aduaneira), pelo crime de danos contra a natureza, tendo sido apreendidos, no total, cerca de 390 kgs, desta espécie protegida pela Convenção CITES.

A investigação a nível nacional nos últimos 4 meses, culminou esta terça-feira em Aveiro e Coimbra, com 18 mandados de busca a elementos que se creem ser integrantes de uma rede organizada que, recorrendo à pesca ilegal da enguia bebé (que ocorre em vários pontos do país), aglomeravam, preparavam e enviavam meixão para o Oriente.

Está prevista a correlação da investigação desta rede com outros inquéritos em curso, bem como, a investigações que ainda ocorrem em Espanha.

Na execução dos mandados, 2 cidadãos asiáticos, que já tinham sido detidos nos aeroportos, por servirem de «correios», foram novamente detetados na posse da espécie protegida, no armazém gerido pela rede (onde estavam os 32 tanques de meixão vivo).

Foram apreendidos, nas buscas de ontem, 598 kgs de meixão, 4 computadores, 8 telemóveis, 2 tablets e todos os artigos utilizados na preparação, manutenção e expedição do meixão vivo: 149 malas de viagem, 1 bomba de limpeza, 39 tanques, 7 balanças, 17 camaroeiros, 56 redes, 30 compressores, 5 arcas de congelação, 21 rolos de tela de isolamento térmico, 160 sacos de plástico duplo (específico para injeção de oxigénio/ar), 3 garrafas de ar comprimido e uma rede de pesca de meixão.

Nas buscas, foi ainda apreendida 1 arma de fogo (caçadeira) com 131 munições (cal. 12) e cerca de €32.000 em numerário.
As apreensões feitas nas buscas ontem realizadas, perfazem a um valor aproximado de €1.050.228,00.

As buscas foram acompanhadas pelo Instituto de Conservação da Natureza, que intervieram como peritos CITES.