2017/11/25 A terceira noite de concertos do festival Sons em Trânsito, em Aveiro, esta sexta-feira à noite, teve dois momentos, diferentes na interpretação mas idênticos na intimidade entre o público e o pianista Júlio Resende e Jorge Drexler.
Júlio Resende tocou Amália e parece que tocou o que lhe apeteceu na altura. Nas teclas dedilhou como numa guitarra portuguesa mas o que lhe saiu foi a inspiração do momento? "Não sei o que vou tocar", disse entre dois temas. O tempo não contava ou perdia a noção porque olhou para trás e perguntou quanto tempo tinha ainda para tocar. Como não lhe responderam pensou alto "Ah, vejo no telemóvel", que tinha no bolso.
O temas escritos na pauta foram para Amália mas no disco "Amália por Júlio Resende" o pianista também os quis. Ligado ao jazz, foi buscar um tema de Amália a cantar em inglês. E noutro, Amália cantou uma parte de um tema e a seguir o pianista continuou. Gosta de "reinventar o olhar sobre as coisas" e reinventou fados ao piano. "A vida é total improviso por isso bem vindos".
Parece reservado mas falou muito e conquistou pelo que disse e não só pelo que tocou. É só impressão ou quando ouvimos a Amália ficamos maiores?
Jorge Drexler prometeu um ambiente "fora da inclemência exterior " e conseguiu-o. O cantor ururugaio teve um público que o seguiu de Madrid tal como reconheceu do palco e foi enérgico ou mais calmo. Foi a primeira vez que esteve com a banda em Portugal e agitou a plateia até dançarem.
Cantou sem microfone, só com a viola ou à capela e o público a estalar os dedos. Nessa noite Antonio Zambujo cantava no Brasil e Jorge Drexler dedicou-lhe um tema.
Hoje Festival Sons em Trânsito, Teatro Aveirense
Mulatu Astatke (Etiópia) e Liniker & Os Caramelows (Brasil) 21h30 - "Liniker & Os Caramelows, embaixadores do funzy – termo criado pela banda para definir a sua música, mistura da R&B e Soul americanas com as raízes da música brasileira e africana. Depois de este ano se terem estreado fora de portas no South by Southwest (SXSW), em Austin, no Texas, Estados Unidos, chegam agora à Europa" 23h00 - "Mulatu Astatke, conhecido como o pai do Ethio-Jazz compõe e toca vários instrumentos, do piano à percussão, e mistura no seu estilo único pop e jazz moderno com música tradicional da Etiópia".
Ver programa aqui
Os bilhetes custam 15€.
fotos - JNS/A Certeza da Música
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