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Investigadores da UA alteraram o código genético
2013/06/24

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) alteraram pela primeira vez o código genético de um ser vivo
quebrando uma das regras da biologia, segundo a qual, seria imutável.

A investigação dos doutorandos Ana Rita Bezerra e João Simões, sob coordenação de Manuel Santos, professor do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), descobriram que o fungo patogénico "Candida albicans" utiliza um código genético diferente do de outros seres vivos e conseguiram compreender como é que este fungo o alterou.

Este grupo alterou artificialmente o código genético do fungo "Candida albicans" e a investigação que decorreu ao longo dos últimos quatro anos foi apublicada na revista da academia norte americana das ciências, "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).

Segumndo comunicado da UA, «os fungos com o código genético alterado produzidos pelos investigadores da UA são fascinantes do ponto de vista biológico e evolutivo (os três casos de baixo, na imagem), têm alterações morfológicas impressionantes e uma enorme capacidade de adaptação a novos nichos ecológicos. São também tolerantes aos antimicóticos, mostrando que pequenas alterações na fidelidade da biosíntese de proteínas desempenham um papel importante na evolução da resistência a drogas antimicrobianas. Na imagem, os dois casos de cima são de Candida albicans com código genético padrão».

Segundo o mesmo comunicado, para aprofundar o estudo da biologia dos novos fungos, os investigadores da Universidade de Aveiro «sequenciaram o seu genoma e analisaram a resposta imunitária humana a estes fungos em parceria com colegas do centro de sequenciação de genomas de Barcelona (CNAG), do Instituto Europeu de Bioinformática (EBI) e com colegas das Universidades de Florença e Perugia. Os resultados destas investigações mostram profundas alterações no genoma destes fungos, na resposta imune humana e inflamação crónica em ratinhos de laboratório, sugerindo novas pistas para compreender o mecanismo de infeção de C. albicans. Este fungo é o 4º microrganismo patogénico mais importante, causando inúmeras infeções e hospitalizações, em particular em indivíduos imunodeprimidos, sendo o tratamento das infeções disseminadas muito problemático».

Os investigadores da UA estão agora a analisar «as novas características da biologia dos novos fungos de modo a compreender melhor como é que eles toleraram a alteração do código genético, como causam infeções e se tornam resistentes às drogas usadas na prática clínica. Esperam também ser capazes de manipular o código genético doutros seres vivos de modo a produzirem microrganismos com características interessantes para a biotecnologia e biomedicina».

Os estudos do grupo da UA foram financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo projeto Europeu do sétimo programa quadro (FP7) Sybaris.

INFO UA «O código genético define as regras químicas que os seres vivos utilizam na tradução da informação dos seus genes em proteínas. Este código é altamente conservado em todos os seres vivos e as moléculas que o implementam durante o processo de biosíntese proteica são das mais antigas que se conhecem. Estima-se que contem mais de 3.5 mil milhões de anos e que tenham estado presentes nos momentos iniciais do desenvolvimento da vida no nosso planeta. Qualquer alteração destas regras químicas introduz caos generalizado nas proteínas e morte celular, tornando a manipulação do código genético uma tarefa impossível».

Mais informação sobre o laboratório de biologia do RNA de Aveiro aqui

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