2012/11/15 Sem surpresa, a moção de censura à Câmara de Aveiro apresentada pelo PS foi reprovada pela maioria PSD/CDS da Assembleia Municipal, na reunião desta quarta-feira à noite, com intervenções que atravessaram os sete anos dos dois últimos mandatos e da governação socialista anterior, e avançando já com declarações sobre as eleições autárquicas do próximo ano.
Nenhum dos partidos anunciou o seu candidato à Câmara mas vão tornando o assunto cada vez mais actual, como fez Gonçalo Fonseca, líder da bancada socialista que, disse ao presidente da Câmara Élio Maia: «não fuja», desafiando-os a voltar a candidatar-se à liderança da autarquia. Élio Maia não respondeu a Gonçalo Fonseca assim como António Salavessa dao PCP não fez declarações sobre o assunto.
Paulo Marques do CDS, ainda disse que o PS está a preparar um «regresso ao passado» e Manuel Coimbra do PSD, disse que assistia a um «primeiro treino para a campanha eleitoral» e Ivar Corceiro, do Bloco de Esquerda, criticou o PS por desafiar Élio Maia a candidatar-se. Para o bloquista as autárquicas são «um mero jogo de poder» para os socialistas.
A moção do PS teve uma falha, ao reprovar uma candidatura da Câmara de Aveiro ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), que visa regularizar as dívidas dos municípios vencidas há mais de 90 dias, o que não se verificou. Ao contrário do que refere a moção, a Câmara não se candidatou. Segundo o vereador Pedro Ferreira, em decalarações ao Diário de Aveiro, para não aumentar a carga de impostos aos munícipes, sendo uma condicionante da adesão ao PAEL o aumento do IMI e IRS, designadamente.
Gonçalo Fonseca, também em declarações ao Diário de Aveiro, apontou para outra razão, segundo a qual a autarquia não conseguia cumprir os critérios para se candidatar.
A referência na moção, crítica da candidatura ao PAEL, que não se verificou, levou o PS a entender que, à Câmara «não restava outra alternativa» por má gesta financeira. Mas para Élio Maia, quando o PS reprova a candidatura ao PAEL, que a Câmara não concretizou, está a «reconhecer o êxito do modelo financeiro» da maioria.
Na moção, o PS pretendia censurar a Câmara por usar sempre a desculpa da dívida e «não perceber o potencial» deixado pela governação socialista e Élio Maia acusou o PS de «disparar contra tudo e contra todos» referindo-se ainda a uma «dívida monstruosa» deixada pelo PS.
Uma moção «confrangedora e fraquinha», para Manuel Coimbra. O CDS optou para partilhar as declarações do executivo e António Salavessa atribui responsabilidades pela situação financeira à maioria e também ao PS, mas acabou por votar a favor por «expressar a vontade dos aveirenses». |