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Élio já esqueceu a que horas foi a escritura
2012/11/08

A oposição manteve esta quarta-feira à noite dúvidas quando à venda por 1,2 milhões de euros de um terreno propriedade da Câmara de Aveiro, onde se encontrava uma piscina (coberta) - cuja escritura, a 18 de julho de 2009, o líder da autarquia, Élio Maia, já não se recorda a que horas foi, a um sábado à noite, e levanta suspeitas, principalmente ao PS - e posterior venda por 2,5 milhões, pelo clube à empresa Nivel II.

Com um gesto, Élio Maia confirmou na reunião da Assembleia Municipal ao socialista Francisco Picado que não se lembra da hora em que foi feita a escritura da venda do terreno mas é um dos aspetos que a oposição considera relevante para o caso assim como o facto de ser a um fim-de-semana. O presidente ainda argumentou a indisponibilidade para outro dia hora, não só sua mas também da parte do Beira-Mar.

Élio Maia voltou a dizer que todo o processo está dentro da legalidade, mas a última intervenção da noite na Assembleia foi da bancada socialista da Assembleia e não teve resposta da Câmara. Pires da Rosa disse que a hora «soa a estranho» mas também deixou uma palavra, esperando que haja um «acerto de contas» entre a Câmara e o Beira-Mar.

Raul Martins, também do PS, deixou a intervenção mais dura, dizendo tratar-se de uma «negociata», «à sucapa» e «houve diretores (do Beira-Mar) que foram ressarcidos e outros não e foi por isso que foi feito (a escritura) de madrugada, e já havia negócio entre o Beira-Mar e a Nivel II já com o valor recebido e registo notarial do negócio». Dirigindo-se a Élio Maia, Raul Martins disse que o presidente da Câmara «por interesses eleitoralistas, estava mais preocupado com o alegado credor do que com o município e os munícipes». Quanto ao cheque para pagamento do terreno, disse que foi depositado depois de expirado o prazo. A Câmara não respondeu a estas declarações, mas antes Élio Maia, defendeu a ação da Câmara neste processo. Aliás o assunto foi agendado para esta sessão da Assembleia a pedido da Câmara, na sequência de intervenções, da oposição, em sessões anteriores, que «deixaram no ar «dúvidas e suspeições».

Para Élio Maia «está tudo muito claro», ou seja, a Câmara vendeu um bem e o Beira-Mar vendeu dois, justificando assim a diferença de valores entre os 1,2 milhões e os 2,5 milhões. A Câmara vendeu o terreno e o Beira-Mar o terreno e o que tem lá dele (as piscinas)».

Quanto à entrega do cheque foi «dentro do prazo legal» e a falta de pagamento é um assunto sob investigação da Polícia Judiciária. Entretanto, o Beira-Mar já pagou 200 mil euros de um total de 1,2 milhões.

Tudo foi feito com «a melhor das intensões, máxima honestidade, e legalidade», concluiu.

Paulo Lobo, do CDS, partido coligado com o PSD na maioria do executivo, confia que foi tudo feito «de boa fé por parte do Executivo», mas Carlos Barros, líder da bancada, disse que foram criadas «situações tristes para a cidade» como o facto das piscinas deixarem de funcionar.

Para o PSD, a venda do terreno foi uma necessidade face à crise financeira municipal e responsabilizou a anterior gestão socialista. Por isso, acha «injurioso» e «incorrecto o que muitas pessoas estão a fazer», disse Manuel Coimbra.

O Bloco de Esquerda diz que houve um «total desbaratamento do erário público». Rui Maio ainda disse que houve promiscuidade entre a política e o futebol quando o actual presidente do Beira-Mar, António Regala, era membro da bancada do PCP na Assembleia Municipal, e votou a favor do protocolo entre o clube e a Câmara. Na defesa, o comunista Filipe Guerra disse que António Regala assumiu a presidência do clube «meses depois» da aprovação do protocolo pela Assembleia.

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