A Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território Assunção Cristas, remeteu para o próximo QCA o investimento no Baixo-Vouga Lagunar, que está a precisar da conclusão do dique, mantendo assim, pelo menos até 2014, a continuação da destruição de campos agrícolas devido à entrada de água salgada.

O anúncio, que serviu de resposta a uma pergunta do deputado socialista Filipe Neto Brandão à Ministra, surpreendeu o PS de Aveiro. O deputado perguntou a Assunção Cristas sobre a «previsão do início das obras destinadas à conclusão do sistema primário de defesa contra marés do Baixo Vouga Lagunar». A Ministra remeteu o assunto para o próximo Quadro Comunitário de Apoio, a partir de 2014.

A partir desse ano abre-se essa possibilidade. «No próximo QCA, a possibilidade de se efetuar a intervenção será devidamente analisada, com vista à sua eventual concretização», respondeu a Ministra ao deputado.

Depois de ler, o deputado diz que a resposta é «muito dececionante». Para Filipe Neto Brandão, «o que a Sra Ministra veio dizer aos aveirenses é que, em síntese, não tendo o anterior Governo resolvido a questão, o atual também o não fará tão cedo».

Aponta para a principal razão «por até hoje não ter sido dado seguimento ao projeto do Baixo Vouga», tratando-se de um «ping-pong entre o Ministério do Ambiente e o Ministério da Agricultura, cada um alijando sobre o outro a responsabilidade pelo seu custeio. Esperávamos, assim, que estando pela primeira – e provavelmente irrepetível – vez os serviços do ambiente e da agricultura sob uma mesma tutela, a Sra Ministra assumisse a resolução do problema».

A única solução, para já, é «manter a pressão política sobre o Ministério» segundo o PS, lembrando a «possibilidade de esta Sra Ministra já o não ser em 2014 é elevada, como mais elevada ainda é a probabilidade de os serviços do ambiente e da agricultura deixarem de ter tutela conjunta, desperdiçando-se assim, de modo inglório, esta oportunidade histórica para o Baixo-Vouga».