A Câmara Municipal de Aveiro enviará, hoje, para a Inspecção Geral das Autarquias Locais (IGAL), todo o processo relativo à venda do terreno das piscinas do Beira-Mar: deliberações tomadas pelo Executivo e Assembleia Municipal, o protocolo assinado entre a autarquia e o clube, todos os actos da relação entre as duas partes e, particularmente, a escritura da venda do terreno. O objectivo é questionar o IGAL se alguém beneficiou de “enriquecimento ilícito”, noticia o Diário de Aveiro.

«Esta é a resposta do presidente da Câmara, Élio Maia, à declaração do elemento da bancada do Bloco de Esquerda (BE), que, na última Assembleia Municipal, considerou tratar-se de um “tipo de pagamento em especulação imobiliária, que leva impunemente a um enriquecimento ilícito”. Nelson Peralta baseou-se no negócio que envolveu a autarquia e o Beira-Mar, em que a Câmara vendeu o terreno das piscinas ao clube por 1,2 milhões de euros, e este, por sua vez, vendeu-o por 2,5 milhões.

As dúvidas não vêm apenas do BE. Também o PS não ficou esclarecido, dizendo que se trata de um negócio que “soa mal”, segundo o vereador Nuno Marques Pereira. Para o líder da concelhia socialista, Raul Martins, o negócio está envolvido num “caso grosseiro de financiamento do município ao desporto profissional”, como escreve no seu blog “Margem Esquerda”.

Em declarações ao Diário de Aveiro, Élio Maia garante que “tudo foi feito no estrito cumprimento daquilo que foi deliberado pela Câmara e Assembleia Municipal”. Mas, “se foram suscitadas dúvidas de enriquecimento ilícito, é preocupante. Deve ser esclarecido se houve enriquecimento de alguém, por parte da entidade oficial no país, com competência legal para avaliar os actos dos municípios”. Foi a forma encontrada para saber “apenas a verdade, e não jogar com questões eleitorais”, concluiu. Diário de Aveiro - notícia não cessível on line