2009/06/16 A «primeira ideia forte» que a candidata do Bloco de Esquerda à Câmara de Aveiro apontou esta terça-feira à noite foi o «combate à corrupção, a participação dos cidadãos e transparência» mas questionada sobre haver ou não corrupção na autarquia da maioria PSD/CDS-PP, disse que «existe especulação imobiliária e não existe transparência do executivo camarário e a especulação dá azo a enriquecimento ilícito que a lei não criminaliza».
Catarina Gomes, de 34 anos, uma antropóloga, docente da Universidade de Aveiro, tentando esclarecer melhor disse que «a lei não diz que o enriquecimento ilícito é corrupção» mas questionada se a actividade da Câmara de Aveiro está envolvida em casos de enriquecimento ilícito, respondeu afirmativamente, e disse que é por via da especulação imobiliária. A Câmara, disse ainda, «tem um executivo que baseia a sua actividade na especulação imobiliária».
Afirmou ainda que a «especulação imobiliária e a política de habitação são frequentemente ilícitas» com «metástases ao nível camarário».
A candidata defendeu também que abertura das decisões políticas aos cidadãos e não apenas às «elites cristalizadas, é de todos» e posicionou-se contra o que designou de «democracia de acessos, pela lealdade partidária, pessoal».
Por isso falou em «transformação da relação com o poder» para os cidadãos conseguirem ter o «controlo democrático das suas vidas» implicando uma «participação colectiva».
A candidata disse que deve ser feita uma «defesa intransigente dos serviços públicos, a vertente prática dos laços sociais. Por isso está contra a privatização da água, transportes, e escolas, que faz «perder o controlo democrático sobre o que afecta as nossas vidas». Com as privatizações, «o direito transforma-se em consumo, a política privatiza-se, facilita a desresponsabilização e passamos de cidadãos a consumidores».
O programa apresentará propostas para uma «política social de habitação, na água defende a proposta de 50 litros grátis para cada cidadão com taxação progressiva, na saúde, o reforço da comissões de utentes na saúde». Mas o programa «não está terminado, encontra-se bastante avançado, em construção», disse Catarina Gomes.
A concelhia do BE apresentou apenas o primeiro nome da lista de candidatos à Câmara, concorrente às eleições autárquicas do próximo mês de Outubro. Num momento seguinte apresentará os restantes nomes, assim como para a Assembleia Municipal e para as juntas de Freguesia.
Em Outubro o BE apresentará candidaturas a mais de metade das assembleias de freguesia (de um total de 14). Nas eleições de 2005, elegeu um elemento para a Assembleia Municipal e um para a Assembleia de Freguesia de Cacia.
Segundo o líder da concelhia, Nelson Peralta, diz que o Bloco está «preparado para todos os cenários, para ser oposição ou governar». |