As várias intervenções durante a posse de Miguel Fernandes como presidente da Comissão Política Concelhia de Aveiro do CDS-PP, esta quinta-feira, expressaram a situação de um partido em crise, no distrito que já designaram por «capital do CDS».

A abrir a sessão da tomada de posse, Vítor Silva, que foi vereador da Câmara de Aveiro e tem assumido vários cargos no partido, um crítico da actual coligação com o PSD que permitiu ganhar ao PS o poder da autarquia, e enquanto anunciava a sua retirada em breve, da vida política activa, disse que o partido tem andado «muito apagado, vamos ver se nasce um novo CDS».

Para Vítor Silva, «já há muito que não se via tanta gente» e lamentava o facto dos militantes andarem «desmobilizados» mas mostrou-se satisfeito com o espaço cheio, situado ao lado do SPA do Hotel Melia Ria, para o que terá contribuído a participação na sessão, do presidente do partido, Paulo Portas, também um militante de Aveiro.

O novo presidente da concelhia, menos comedido na auto-crítica, anunciou uma «nova dinâmica, uma nova esperança e maior abertura».

Nem uma palavra sobre a repetição da coligação vencedora, nas eleições autárquicas de 2009, apenas disse que o CDS tem mantido a ligação ao PSD com «sentido de responsabilidade e solidariedade política».

Prometeu defender uma «maior influência política», «alargar a participação política» e conseguir «mais militantes».

Paulo Portas anunciou uma mudança ao nível da mobilização e organização internas. O partido não tem todas as concelhias activadas no distrito mas disse que «dentro de pouco tempo» haverá órgãos instalados «na esmagadora maioria dos concelhos». Por isso avisou para os adversários «se prepararem».

Paulo Portas quer uma «preparação atempada, silenciosa, profícua e meticulosa das próximas autárquicas».