2006/11/17 O Governo vai apoiar o sector do calçado com investimentos selectivos orientados para a tecnologia, inovação, continuando a incentivar a promoção internacional na abordagem de novos mercados, anunciou ontem o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, noticia o Diário de Aveiro.
«Num discurso dirigido aos empresários que participaram na conferência «Internacionalização e competitividade», Fernando Serrasqueiro, deixou a promessa de agir «ao nível da instituições europeias e internacionais na defesa de um ambiente concorrencial saudável». Não deixou, no entanto, de advertir que o sector deve «prosseguir o caminho da qualidade, do design e da criação de valor», apostando em «segmentos de mercados de gamas altas», procurando mercados alternativos e criando redes próprias de distribuição. Segundo Fernando Serrasqueiro, a tarefa dos empresários do sector «não é fácil» porque, entre outras coisas, tem de enfrentar «uma concorrência aguerrida» em mercados cada vez mais exigentes. O secretário de Estado respondia assim ao responsável máximo da APICCAPS, Fortunato Frederico, que momentos antes pediu do Governo «políticas públicas estimulantes e abrangentes» que permitam ao sector beneficiar de incentivos no novo quadro de apoios comunitários (QREN). «É indispensável assegurar um contexto de transição nos quadros comunitários sem rupturas e no tempo indispensável para garantir que o capital de resultados até agora conseguido não seja desvalorizado», enfatizou o presidente da associação patronal do sector, que quer contar com o apoio do PRIME. Fortunato Frederico sublinhou, ainda, que as «estratégias ofensivas» que o sector vier a adoptar «não deverão, nunca, impedir» a adopção de uma «posição de grande firmeza no que diz respeito à defesa dos princípios do comércio livre e justo». Deixou ainda a advertência ao comissário europeu Peter Mandelson, para que a nova política comercial da União Europeia «não conduza a novas concessões unilaterais». Esta conferência que decorreu no Centro Tecnológico do Calçado (CTC), em S. João da Madeira, que este ano assinala o seu vigésimo aniversário, surge «num momento particularmente decisivo para o futuro da indústria» do calçado e realiza-se após um período de reflexão interna que Fortunato Frederico quer ver, agora, alargado. Esta conferência serviu para apresentar o programa que a APICCAPS definiu para preparar o Plano Estratégico da indústria portuguesa do calçado para 2007/2013.
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