Foi ontem rubricado, em Águeda, um protocolo histórico e único de cooperação entre o Estado (Ministérios da Saúde e Solidariedade) e as instituições privadas, no caso a União das Misericórdias. Trata-se do projecto mais ambicioso já feito em Portugal na área da Saúde, que permitirá o lançamento de uma Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, noticia o Diário de Aveiro.

«Tendo por anfitriã a Santa Casa da Misericórdia de Águeda – Casa de Repouso Dr.António Breda -, estiveram ontem nesta localidade os ministros do Trabalho e Solidariedade Social e da Saúde, bem como o presidente do Secretariado da União das Misericórdias Portuguesas. A deslocação serviu para rubricar o protocolo nacional que cria uma Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de Saúde e a Unidade de Convalescença e Unidade de Média Duração e Reabilitação.

O objectivo desta acção é, envolvendo estas entidades, criar um circuito nacional, através das Misericórdias, onde seja possível prestar apoio na saúde, numa área em que Portugal sempre teve graves problemas, que é no apoio às pessoas dependentes e mais idosas, como sublinhou Correia de Campos, na oportunidade.

De acordo com aquele governante, o projecto agora iniciado tem por base uma implementação gradual a 10 anos, estando previsto que nos primeiros três anos, o território nacional tenha uma resposta a 30 por cento das solicitações que existem.

O momento foi classificado por todos os intervenientes como «único», no âmbito dos desafios que se colocam nas respostas integradas ao envelhecimento da população e às suas necessidades na Saúde.

Para Vieira da Silva, «esta é a mais ambiciosa e estruturada resposta alguma vez realidade em Portugal, envolvendo a solidariedade social e a saúde no país», garantindo que não se trata de «um passo platónico», mas antes «um momento relevante no futuro colectivo».

Correia de Campos sublinhou o problema «grave e que tende a aumentar» da ausência de respostas neste domínio, entendendo que o protocolo agora assinado virá contrariar uma situação que sempre teve tendência a agravar-se». De resto, assegurou que o trabalho a realizar «será feito com qualidade», frisando que «a exclusão social tem que ser vencida».

O momento serviu ainda para a assinatura de um protocolo entre a Misericórdia de Águeda e a Administração Regional de Saúde, para a implementação da Unidade de Convalescença e da Unidade de Média Duração e Reabilitação, numa instituição que, desde há um ano e quatro meses já tem em funcionamento uma Unidade de Cuidados Continuados, na Casa de Repouso Dr. António Breda.

Fazendo um balanço dos primeiros tempos de funcionamento, Adolfo Roque, provedor da instituição, diria depositar grandes esperanças neste novo modelo agora apresentado, dando conta dos riscos económicos que comporta um serviço desta natureza, que precisa de pessoal especializado, para um atendimento de 24 horas. Neste sentido, mostrou-se confiante que o Estado possa reajustar as comparticipações, no sentido de garantir o bom funcionamento destes serviços.» (Diário de Aveiro)