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Candal 2009-6-19 Candal O que mais chateia nisto tudo é que estava em plena forma. Era o melhor no palco de Aveiro mas era uma luta desigual porque não tinha adversários à altura. As notícias dos meios de comunicação de expressão nacional realçam um episódio de 1995 quando escreveu o “Breve Manifesto Anti-Portas – em português suave». De suave só na espessura do livrinho porque aquilo foi um caso nacional. Tudo porque o texto relacionava Paulo Portas ao lóbi gay. As notícias de hoje não referem esse pormenor, que afinal era o centro da polémica, nem outro aspecto. A distribuição do Manifesto foi a arma que usou para sair do anonimato em que estava a cair. Estava a campanha para as legislativas ao rubro e Candal disputava os votos com Paulo Portas e Pacheco Pereira que eram as figuras que centravam as atenções dos jornais de maior distribuição e as estações de TV. A Internet era ‘inexistente’. Além de ser apenas um momento não foi mais importante do que Candal deu. Nos últimos anos, era grande na Assembleia. Atravessou décadas e a sua principal arma manteve-se intacta. Ainda hoje são as palavras que fazem a política, a repetição de intervenções que se tornam naquilo que vale. Mesmo que seja injusto. Na Assembleia Municipal de Aveiro conseguia o que é muito difícil. Muitas vezes as bancadas estão nervosas, o debate está ao rubro, o desaguisado está imparável e, com a actual presidência da Mesa, descamba para o corte da palavra. No meio do calor, Carlos Candal desanuviava o ambiente de uma forma fantástica. Era o que eu achava melhor nele. João Peixinho |
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