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2007
2006-12-30

Desejos de um bom ano 2007, apesar de tudo, se é que há diferenças na passagem do ano - por mim dou mais importância à passagem-do-ano-de-trabalho-para-as-férias e das-férias-para-um-ano-de-trabalho. Mas falando, provavelmente, para a maioria, aqui vai a perspectiva.

A conversa é muito resumida tratando-se da área de Aveiro que a cada ano que passa é menor. O ano de 2007 será o da diminuição da região de influência de Aveiro dada a criação de novas zonas (NUT), que passam a agrupar municípios e que serão as que irão valer para candidatar os projectos de maior destaque ao próximo quadro comunitário, o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) que enquadra os fundos comunitários no período 2007-2013.

Depois da saída para a Área Metropolitana do Porto outros do distrito de Aveiro se seguirão.

A região de Aveiro terá assim um raio menor de influência. Mas a nova região não será muito diferente do resto de Portugal. Com um país onde todos se conhecem, é quase tudo igual. Por isso a crise é sentida em todo o lado, ao mesmo tempo, mais coisa menos coisa. A vivência europeia, embora se diga, nos meios mais destravados, que existe, ela é muito ausente no país, para a maioria dos que vivem em Portugal.

A política, caseira, que se diz influencia a vida de todos nós - embora o anúncio de uma nova empresa com novos postos de trabalho, seja mais importante do que mil discursos – está muito fraquita. Que o diga o presidente da Câmara de Aveiro que anunciou esta semana um investimento de 100 milhões de euros para Aveiro e 300 novos empregos sem explicar mais. Talvez pensando que nem é preciso para ter o efeito desejado. Mas, ao mesmo tempo, o trato de Élio Maia com a oposição não augura nada de bom. Já disse duas vezes, depois da oposição lhe dirigir críticas, para o deixarem trabalhar.

O nível está em baixo. Por exemplo, em Aveiro e em Ílhavo, na Assembleia Municipal, o palco político mais importante, o ambiente do debate e a discussão dos projectos não é animador. Em 2006, em Ílhavo, quando um presidente de Câmara admite, embora com alguma ironia, que um deputado municipal está aqui está a apertar-lhe o pescoço e, em Aveiro, quando um deputado diz que outro, de um partido diferente, é «politicamente, arruaceiro», é desanimador, no mínimo.

Na Assembleia Municipal de Aveiro, a coisa está a abandalhar. Fala-se quando e quanto se quer, de um partido para o outro, tipo reunião, levanta-se suspeitas graves e não se esclarece.

Na coligação da maioria PSD/CDS-PP do Executivo da Câmara, o PP, depois da facada do PSD, que basicamente se tratou de troca de mails do PSD para o PS sobre um vereador do PP e que colocou o remetente numa longa travessia no deserto, atiçou os populares. Agora, os PP’s atiram sempre a matar sobre o PS. E o PS ataca o presidente Élio Maia como se já fosse com o mandato no fim, e ainda vai a um quarto. Para o PS, a maioria não conseguirá fazer nada de jeito e se fizer ficará a um custo incomportável.

O dinheiro e, principalmente, a falta dele, está no centro do debate. A crise não passou e para a maioria das pessoas, passará quando os ordenados subirem e os preços dos produtos, pelo menos, não aumentarem.

João Peixinho

Notícia disponível em http://www.oln.pt