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Milhões
2005-12-19

Milhões

Anda tudo muito preocupado por causa do orçamento da Câmara de Aveiro para 2006 e por causa do presidente Élio Maia falar ou não.

Mais do que saber se são e porque são 50, 70, 120 ou 150 milhões de euros será mais importante a capacidade de Élio Maia nas suas funções de presidente. Se lidera uma equipa que irá apresentar novidades que façam distinguir Aveiro no país, se a qualidade de vida cresce mas sobretudo, se consegue vencer nas negociações com o Governo de determinado projecto para Aveiro, se consegue apoios comunitários, se consegue boas parcerias para desenvolver o que pretende. Se Élio Maia for bom nisto, será um bom presidente. Depois, se falar pouco em público, se fugir aos jornalistas, é apenas o embrulho.

E enquanto Élio Maia se pronuncia pouco nas sessões públicas e não responde a perguntas dos jornalistas quando o abordam pessoalmente ou pelo telemóvel, há alguns sinais que parecem mostrar uma luta interna partidária na coligação PSD/CDS-PP. E aqui, o PSD parece estar a perder.

Quem tem maior exposição pública do Executivo é Capão Filipe, do PP e a seguir Pedro Ferreira, vereador do pelouro das Finanças, do PSD. E este segundo já sofreu um ataque do economista, socialista, Raul Martins, membro da Assembleia Municipal, que o desvaloriza nas suas capacidades.

Neste caso será uma batalha entre o número dois Capão Filipe, do PP e do número três, Carlos Santos que, embora sendo terceiro na lista é o vice-presidente. Nestes dois casos há um aspecto a destacar. Enquanto um, Capão Filipe não se importa nada com as suas declarações ou a sua figura estampada nos jornais, Carlos Santos não gosta de exposição pública.
Outro dado é a maior proximidade de Élio Maia ao PP do que ao PSD. O PP tem ainda maior peso no facto de Girão Pereira se ter envolvido em pleno na campanha eleitoral. O PSD tem outro um ponto negativo, através de Ulisses Pereira, líder da concelhia do partido, nomeado presidente do Conselho de Administração, um cargo remunerado, na empresa municipal Parque Desportivo de Aveiro. Curiosamente, o argumento que colocou Ulisses Pereira em sexto na lista candidata à Câmara, em lugar considerado não elegível – foi precisamente para mostrar o desapego a cargos.
A remuneração de cargos nas empresas municipais é um tema incómodo para a maioria uma vez que, alguns, são bem pagos.

Numa primeira tentativa de abordagem das remunerações dos membros dos Conselhos de Administração das empresas municipais , em reunião pública do Executivo, a discussão acabou por ser adiada.

João Peixinho

Notícia disponível em http://www.oln.pt